Percebi que não consigo. Não consigo evitar sentir as coisas. A história do saber relativizar é muito bonita, é muito certa, eu compreendo, consigo fazê-lo, mas isso não impede que eu sinta e viva as coisas.
Parece uma contradição mas a verdade é que, quando as coisas não estão resolvidas é inevitável que não saiam da cabeça.
Eu sou bastante fácil, "uma perna aberta", como se costuma dizer, não me é nada difícil encerrar casos, mas alguns insistem em permanecer. E toda a gente me diz que não vale a pena chatear-me, que as pessoas não merecem, mas eu sinto que eu não mereço. Às vezes, e sei que não fazem por mal, mas parece que se preocupam com todos menos comigo, porque eu tenho que aguentar. Eu tenho que aguentar sempre. Sempre. Coitadinhos... os outros... Mas eu é que tenho que aguentar. Cansa-me e é algo que me assombra com muita regularidade.
Ter que manter sempre a educação e a classe e não poder responder e dizer tudo o que me vai na cabeça custa muito. Pedem-me para falar mais, desabafar mas o que eu queria libertar não posso, porque "tenho que ser superior" e manter a calma.
Preciso de discernimento neste momento. Fica sempre tudo impune, eu deixo sempre ficar impune, preciso ficar com o peso em vez de....
Não sou rancorosa... de todo, mas às vezes as pessoas magoam mesmo! Mas na maioria dos casos é-me muito fácil relativizar e até esquecer. Excepto nestes casos muito específicos...
Enfim, perna aberta...
Não consigo evitar sentir as coisas, lamento. Se não posso resolver, fica cá dentro e vai ficar até não sei bem quando...
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